O verdadeiro segredo das mulheres felize
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Sucesso, dinheiro, competência profissional… o que, de fato, realiza uma mulher?
A revista Época desta semana (nº 720) é uma edição especial que traz em sua capa a chamada: “O segredo das mulheres felizes”. Estampa uma modelo de 27 anos, de cabelos escuros e olhos azuis-acinzentados, para quem beleza é “qualidade de vida”. Na reportagem, diversas mulheres jovens, dentre administradoras, publicitárias e artistas plásticas, ensinam alguns segredos para alcançar o equilíbrio entre seus vários papéis, como: “ignore a ditadura da perfeição”, “descubra o que você quer”, “invista na carreira sem culpa”, “não ceda às pressões”, “mande o marido para a cozinha” e “tente viver com mais leveza”.
É fácil entender que a reportagem trata do universo de um público de leitoras de classe social e nível de instrução ao qual se destina. No entanto, está longe de ser aplicável à grande maioria das mulheres brasileiras.
Nossa realidade, infelizmente, ainda é de mulheres com pouca instrução, que executam um trabalho sem qualificação, pelo qual não optaram, mas que o fazem por questão de sobrevivência. Mulheres que não conseguem encontrar equilíbrio pessoal, profissional e afetivo numa rotina que começa às quatro ou cinco da manhã, quando se levantam para encaminhar o dia dos filhos, levando-os para a creche, para a casa da avó, ou simplesmente, pedindo para uma vizinha “dar uma olhada”. Já tarde da noite voltam para casa, depois de uma rotina estafante, e têm de dar conta do marido (quando o têm), que dificilmente se dispõe a “ser mandado para a cozinha”.
No entanto, houve um tempo em que as coisas eram diferentes, em que mulheres ficavam angustiadas e frustradas por não terem a oportunidade de se desenvolverem fora de casa como os homens, pois suas atividades se resumiam aos cuidados com a casa, o marido e os filhos. Então clamaram por direitos e independência, foram para as ruas, queimaram sutiãs! Em decorrência disso e das necessidades da modernidade, as mulheres de nossa geração podem usufruir de conquistas como: estudar e trabalhar fora, participar de decisões e ocupar posições importantes na sociedade e na política.
Poderíamos então concluir que as mulheres de hoje são muito mais felizes e realizadas do que as de antigamente, mas infelizmente não é assim! Todos os dias ouvimos relatos de mulheres que estudam, trabalham, e até ganham bem, que estão cansadas, deprimidas e frustradas e que dizem que, se pudessem escolher, gostariam de ter nascido homens, por entender que a vida deles é mais fácil e com menos cobranças. Assim alimentam constrangimento e culpa por achar que não dão conta satisfatoriamente de tudo como deveriam. E se o sucesso profissional delas sobressai ao deles, é ainda pior!
É o preço da igualdade dizem os homens! Na verdade é o preço da desigualdade que sobrecarrega as mulheres! Enquanto elas saíram de casa para dividir a parte que antes era só deles, ganhar o pão com suor, ainda são poucos os homens que participam das atividades domésticas, assumindo-as como suas também, e não como um “favor”.
Parece lógico imaginar que o sonho do homem comum, ao chegar do trabalho, é encontrar uma casa limpa, filhos bem cuidados e uma mulher cheirosa e bem disposta. Mas quantos se dispõem a contribuir com o seu trabalho para que isso aconteça? ainda poucos!
Mesmo no meio cristão, encontramos homens com a visão equivocada de que Deus criou a mulher para servi-lo e que, portanto, eles não precisam fazer nada. No entanto, Gn 1:27 deixa claro que Ele também a fez a sua imagem e semelhança, como o homem. Portanto, na essência de Deus, existia tudo que o homem e a mulher são. O versículo seguinte (28) diz que “Deus os abençoou e lhes disse…”. Deus falou ao homem e à mulher. Deus não separou homem ou mulher, não privilegiou um ou outro.
As mulheres não foram criadas por acaso, mas com um propósito. Gn 2:20 mostra que Deus criou a mulher depois de ter buscado, em todos os lugares, algo especial para o homem, e não ter achado.
Por isso, ser reconhecida como criação especial de Deus vai além de receber elogios, flores, cartões e presentes no Dia da Mulher. Passa pelo respeito e companheirismo dos homens na vida profissional, social, e principalmente doméstica, todos os dias do ano!
Não fiquem convencidos, homens, mas, o verdadeiro segredo das mulheres felizes está em vocês!
Romi Campos Schneider de Aquino, psicóloga, é diaconisa na IAP em Curitiba (PR).
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