MEU VIVER É CRISTO ( MENSAGEM DO PROJETO PROCLAMAR)
Já estou crucificado com Cristo; e
vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne
vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou e se entregou a si mesmo por mim. (Gl 2:20)
INTRODUÇÃO
Quantos de nós temos algum perfil em alguma
rede social? É evidente que muitos, aqui, têm algum contato com essas
ferramentas tecnológicas, que nos expõe para o mundo inteiro por meio da
internet. Cada dia, torna-se mais comum a “presença” no mundo virtual. Segundo
um portal de noticiais da internet, o Facebook
chegou a 1 bilhão de usuários, em outubro de 2012, e mais: “o Facebook informou também que o Brasil
está entre os cinco países que mais usam a rede social. Além dele, completam a
lista: Índia, Indonésia, México e Estados Unidos.”[1] Por causa desse fenômeno, há
muita gente que coloca tudo sobre sua vida em seus perfis.
Contudo, não são poucos os que utilizam as redes
sociais de maneira irresponsável, até mesmo criando perfis falsos. São os
famosos perfis fakes. A maioria é de
pessoas que, por terem vergonha do que são na vida real, preferem viver uma
mentira, no mundo virtual. Pois bem, na mensagem de hoje, que faz parte da
série “Pescadores de homens”, do 13º sábado, somos convidados a conhecer um
homem que não tinha vergonha de dizer o que era. Trata-se do apóstolo Paulo.
Ele realmente experimentou uma vida em abundância e comprometida com Cristo. Se
Paulo tivesse um perfil no Facebook, estaria
escrito: “Meu viver é Cristo; pois já
não vivo eu, mas é Cristo que vive em mim!”.
Afirmar “Meu viver é Cristo” significa experimentar uma vida de verdade, comprometida
com Jesus e seu evangelho. Vejamos três lições, baseadas na vida de Paulo, que
nos autorizavam a fazer essa afirmação.
1. MEU VIVER É CRISTO, QUANDO CONHEÇO O
EVANGELHO
Antes de conhecer o evangelho, a vida de
Paulo era de anti-evangelho. Assim como precisamos do oxigênio para viver,
Saulo vivia para caçar os cristãos. Seu lema de vida era perseguir os crentes,[2] como At 9:1a nos relata: Saulo ainda respirava ameaças de morte
contra os discípulos do Senhor (9:1a). Segundo Lucas, esse fariseu
extremado apoiou a morte de morte do diácono Estevão, o primeiro mártir da
igreja (At 8.1a).
Perceba que ele não tinha as intenções mais
amorosas para com os cristãos, até seu encontro com Cristo. A partir da
experiência no Caminho de Damasco, Saulo mudaria radicalmente. Tal mudança é narrada
em At 9:3: E, indo no caminho, aconteceu
que, chegando perto de Damasco, subitamente o cercou um resplendor de luz do
céu. As trevas de seu coração deram lugar à luz do Senhor. Depois de cair em
terra, ser repreendido pelo Senhor e ficar cego por uns dias, teve, finalmente,
a convicção de que deveria seguir Jesus (vv.4-16).
Um servo de Deus, chamado Ananias, entrou na casa [onde
estava Saulo], e, impondo-lhe as mãos, disse: Irmão Saulo, o Senhor Jesus, que
te apareceu no caminho por onde vinhas, me enviou, para que tornes a ver e
sejas cheio do Espírito Santo (8:17). Através dele, Saulo recebeu o
restabelecimento da visão e o batismo (vv.18-22). A partir desse encontro pessoal com Cristo, ele
procurou conhecê-lo melhor. Primeiramente, experimentou a salvação para, depois,
levar a salvação. Ele conheceu com seus próprios olhos aquele que já o
conhecia. Depois daquele encontro, dedicou-se a conhecer profundamente Jesus e
sua mensagem. Seu alvo era: ... conhecer
a Cristo, ao poder da sua ressurreição e à participação em seus sofrimentos,
tornando-me como ele em sua morte (Fp 3:10 – NVI). De fato, esse apóstolo
foi aquele que melhor entendeu a mensagem de Jesus.
Quantos de nós já experimentamos a salvação
que há em Cristo Jesus? Quantos de nós já conhecemos o Senhor, não apenas de
ouvir falar, mas de andar com ele? Se deseja que, de fato, Cristo seja o seu
viver, você precisa conhecer o seu evangelho um pouco mais. Você consegue
explicar o plano da salvação? Sabe explicar o significado da morte de Jesus? Sabe
o que é arrependimento, conversão, regeneração e justificação? O apóstolo Paulo
sabia muito bem. Tenha em sua vida o mesmo alvo desse apóstolo e diga de
coração: Quero conhecer Cristo! Quanto mais você sabe a respeito dele, mais
parecido com ele você se torna. Quanto mais você conhece dele, mais perto dele
você fica. O seu viver é Cristo, quando você conhece o seu evangelho com
profundidade.
Esta é a primeira lição que aprendemos com
Paulo. Contudo não basta apenas conhecer, é preciso algo mais para poder
afirmar que o “Meu viver é Cristo”. Vamos à segunda lição:
2. MEU VIVER É CRISTO, QUANDO PRATICO O
EVANGELHO
Quando, de fato, somos encontrados por
Cristo, passamos pela experiência da conversão e começamos a conhecê-lo mais de
perto, vamos, naturalmente, vivenciar o evangelho. Foi o que ocorreu com Paulo,
que adquiriu uma nova visão da vida e do mundo, a partir da experiência com o
Senhor Jesus. Ele declarou isso, em Fp 3:8: ...
na verdade, tenho também como perda todas as coisas pela excelência do
conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas
estas coisas, e as considero como refugo, para que possa ganhar a Cristo. Todo
conhecimento que Paulo tinha perdeu o valor, quando visto a partir de Cristo. Segundo
Martin,[3] “todos os privilégios
cerimoniais, religiosos do passado, são desdenhosamente jogados de lado, como
lixo”.
Agora, a razão de sua teologia e de sua
vivência estava centralizada em Jesus. Diante desse encontro com o Senhor, Paulo
se achava condicionado a ele, em todos os aspectos de sua vida. Por isso,
declarava a respeito de sua nova vida: Já
estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a
vida que agora vivo na carne vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou e se
entregou a si mesmo por mim (Gl 2:20). Comparando o versículo 19 com o 20,
entendemos que a expressão “morri” equivale a “ser crucificado com Cristo”, do
mesmo modo a expressão “vivo” está condicionada a Cristo, ele diz: Vivo, porque
Cristo vive em mim! Em certo sentido, “o apóstolo não tem mais experiências independentes,
identificando-se de tal forma com Cristo que só faz aquilo que Ele faz.”[4]
Por isso, mais do que pregar a
santificação, Paulo vivia este processo. Como disse: Antes, subjugo o meu corpo e o reduzo à servidão, para que, pregando
aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado (1 Co 9:27).
Para ele, não bastava apenas pregar; era preciso viver a palavra, assim como,
para nós, não basta postar, no Facebook, uma frase cristã; é preciso vivê-la,
para termos um perfil de vida autêntico. Isso é um grande desafio para nós. Tanto
é assim que Paulo compara a vida cristã com dois esportes: a “corrida” (1 Co
9:24) e a “luta” (v.25), para mostrar o grande desafio de viver sob o controle
do Espírito (Gl 5:25).
Por isso, mediante a ação do
Espírito, vamos viver de acordo com o nosso arrependimento e a nossa conversão.
Vamos viver como novas criaturas, como justificados em Cristo Jesus, como
filhos de Deus, como “santos no mundo”; vamos perseverar na graça que há em
Cristo Jesus; vamos viver aguardando a
bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso
Senhor Jesus o qual se deu a si mesmo por nós, para nos remir de toda iniquidade
e purificar para si um povo seu especial, zeloso de boas obras (Tt 2:12-13).
Para dizer “Meu viver é Cristo!”, preciso não
apenas conhecer, mas também praticar o evangelho. Mas existe, ainda, uma
terceira lição:
3. MEU VIVER É CRISTO, QUANDO PROCLAMO O
EVANGELHO
Sem dúvida, uma conversão verdadeira e a vivência
da verdade levam, inevitavelmente, à proclamação do evangelho. Não há como entender
a salvação de Cristo e a submissão ao seu senhorio, sem a proclamação das virtudes daquele que vos chamou das trevas
para a sua maravilhosa luz (1 Pe 2:9b). O encontro de Paulo com Cristo foi
tão impactante que o que ele mais queria era doar sua vida para compartilhar a
graça que recebera. Há alguns detalhes que podemos observar na vida de Paulo. Primeiro:
sua missão era urgente: E logo, nas
sinagogas, pregava a Jesus, que este era o Filho de Deus (At 9:20). A
palavra “logo” (gr. eutheos), presente
no texto, sugere a ideia de imediatamente, em seguida, sem demora.[5] Paulo foi um pregador que
se apressava em proclamar a salvação.
Segundo: sua mensagem tinha Jesus,
Filho de Deus, como o conteúdo central. Ele proclamava o Jesus, Deus e Homem,
das Escrituras (At 9:22, 27, 29). Terceiro: sua mensagem também era destinada a
todos, tanto judeus como gentios. Atos 22:15 nos mostra isso: Porque hás de ser sua testemunha para com
todos os homens do que tens visto e ouvido. O quarto e último detalhe: Paulo pregava em todos os lugares a palavra
de Deus. Preste atenção em At 20:20 (NVI): Vocês sabem que não deixei de pregar-lhes nada que fosse proveitoso,
mas ensinei-lhes tudo publicamente e de casa em casa.
Vale ressaltar que Paulo só foi um
pregador que cumpriu com êxito sua pregação porque era dependente do Espírito
Santo e conhecedor das Escrituras. Essas características estão ressaltadas em
suas cartas: Minha mensagem e minha
pregação não consistiram de palavras persuasivas de sabedoria, mas consistiram
de demonstração do poder do Espírito (1 Co 2:4 NVI). Somente com o poder do
Espírito em nossos ensinos e em nossas pregações é que as pessoas se renderão
ao senhorio de Jesus Cristo. Veja como Paulo desenvolveu seu ministério:
entregou-se a Jesus, começou a viver o evangelho e, prontamente, proclamou o
evangelho. À medida que ia crescendo na graça e ia expandindo seu campo
missionário, levava o verdadeiro evangelho para todos.
Conhecer e praticar, leva-nos a proclamar
o evangelho. Jesus disse: ... a boca fala
do que está cheio o coração (Mt 12:34). Sem demora proclamemos o evangelho.
Vivamos para Cristo. Na nossa casa, na nossa vizinhança, na nossa escola, no
nosso trabalho, nas horas de lazer, nas redes sociais. A todas as pessoas, de
todas as classes sociais, de todos os estilos, de todas as faixas-etárias, vamos
proclamar o evangelho do Cristo das Escrituras! Vamos buscar o poder do
Espírito para que nossas palavras sejam totalmente influenciadas pela ação dele.
Sigamos a recomendação do missionário Paulo: ... pregue insistentemente a Palavra de Deus em todos os momentos,
sempre que tiver a oportunidade, a tempo e fora de tempo, quando for
conveniente e quando não for (2 Tm 4:2 – NVI).
CONCLUSÃO
Não há vida verdadeira longe de Cristo, e foi
por isso que o próprio Deus enviou seu Filho, por amor, para nos salvar (Jo
3:16). Foi esse amor que alcançou Paulo, que o tornou, pela graça, um cristão
autêntico. Como pudemos refletir, se não fosse o amor resgatador e
transformador do Senhor, Paulo jamais seria transformado de perseguidor do
evangelho em um servo do evangelho. Seu conhecimento importante das Escrituras
só ganhou sentido completo quando ele conheceu Cristo. Por isso, podia dizer “Meu
viver é Cristo”, porque também procurava viver conforme esse conhecimento de
Cristo. Então, vamos procurar seguir Jesus para que o nosso “perfil de vida” se
pareça verdadeiramente com ele.
Diante de tudo que aprendemos, louvemos a
Deus por nos salvar do pecado, e, mediante a luz do evangelho, escolhamos, pela
graça, a salvação em Cristo. Louvemos a Deus, porque ele nos separou para
vivermos para ele. Busquemos, mediante o poder do Espírito Santo, viver de
acordo com a sua palavra. Louvemos a Deus pela oportunidade de compartilhar o
evangelho. Peçamos, neste momento, mais poder do Espírito Santo, para
proclamarmos o Jesus da Bíblia, para que mais vidas sejam salvas, para a glória
de Deus.
BIBLIOGRAFIA
BÍBLIA de Estudo
Palavras-chave hebraico e grego. Rio de Janeiro: CPAD, 2011.
Facebook chega a 1
bilhão de usuários com Brasil entre os 5 países mais conectados à rede. Disponível em:< http://tecnologia.uol.com.br/noticias/redacao/2012/10/04/facebook-chega-a-1-bilhao-de-usuarios-com-brasil-entre-os-5-paises-mais-conectados-a-rede.htm >Acesso em:
27/08/2014.
GUTHRIE,
Donald. Gálatas: introdução e comentário.
Tradução: Gordon Chown. São Paulo: Vida Nova e Mundo Cristão, 1984.
Martin, Ralph P. Filipenses:
introdução e comentário. Tradução: Oswaldo Ramos. São Paulo: Vida Nova e
Mundo Cristão, 1985.
RIENECKER,
Fritz. Chave linguística do Novo
Testamento grego. Tradução:
Gordon
Chown e Júlio Paulo T. Zabatiero. São Paulo: Vida Nova, 1995.
[1] Facebook
chega a 1 bilhão de usuários com Brasil entre os 5 países mais conectados à
rede. Disponível em: http://tecnologia.uol.com.br/noticias/redacao/2012/10/04/facebook-chega-a-1-bilhao-de-usuarios-com-brasil-entre-os-5-paises-mais-conectados-a-rede.htm >. Acesso em: 27 de agosto de 2014.
[3] Martin (1985:145).
[4] Guthrie (1984:112).
[5] Bíblia de estudo palavras-chave hebraico e grego (2216:2011).
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