A linha entre a ira e o pecado é muito fina, por isso, pode ser quebrada facilmente

CONFLITOS: Como resolvê-los?

                                                                                                         

Marcos Ramos de Souza[1]  

Quando vocês ficarem irados, não pequem". Apaziguem a sua ira antes que o sol se ponha, e não deem lugar ao diabo. (Efésios 4:26-27)

Segundo David Augsburger[2], o conflito simplesmente existe! Pode levar a fins dolorosos e desastrosos, mas não é necessário ser assim. A maneira como resolvemos nossas diferenças determina, em grande parte, todo nosso modo de vida. Nossos relacionamentos estão sendo afetados por não sabermos lidar como os conflitos e como resolvê-los.

A convivência em sociedade nem sempre é um mar de rosas, tem seus espinhos. Segundo Schmitt[3], a maioria das pessoas vive tensa, agitada e preocupada, vive em mecanismo de defesa. Em vez de nos amarmos, vivemos na defensiva e prontos para revidar. Vivemos um caos total. Sem confiança, o conflito reina.  

Que bom seria se não existissem os conflitos, mas como diz o autor David Augsburger, “eles simplesmente existem”, você pode até adiá-los, mas de uma maneira ou de outra ele vai aparecer e você terá que resolver. 

No texto em questão o Apostolo Paulo ensina que a ira faz parte da vida do ser humano, para Wiersbe[4] “a ira é uma exacerbação emocional causada por algo que nos desagrada”. Com essa afirmação fica claro que neste mundo qualquer coisa pode nos tirar de um estado de equilíbrio.

A linha entre a ira e o pecado é muito fina, por isso, pode ser quebrada facilmente. Mas é possível irar e não pecar. Se o pecado acontecer tem que ser resolvido rapidamente apaziguando a ira antes que o sol se ponha... (Ef.  4:26b). A magoa não pode envelhecer, para Eberhard Hahn[5] rancor envelhecido é difícil de apagar e faz mal. Precisamos seguir essa orientação para não dá lugar ao diabo. (Ef. 4:27).

Não damos lugar ao diabo quando amamos, perdoamos e compartilhamos. Amar alguém é favorecer, apoiar e proteger o direito que aquela pessoa tem de ouvir e de ser ouvida[6], o perdão é um remédio poderoso que liberta, que quebra tensões e rompe cadeias[7]. O compartilhar é colocar aquilo que temos e somos à disposição do próximo, conjugando forças num mesmo ideal, envolvendo-se com e pelos outros”[8].

Observando o que o Apostolo Paulo disse aos Efésios e as citações dos autores acima o nosso desafio é grande, mas para solucionar e prevenir o conflito é necessário saber ouvir as pessoas do seu convívio; ver o que as pessoas veem; sentir o que as pessoas estão sentindo. Isso é ter empatia; seja transparente em suas palavras, use-as com simplicidade; troque o achismo pela verdade em amor, pois o amor e o perdão é a resposta cristã para o conflito.

BIBLIOGRAFIA

AUGSBURGER, David. Importe-se o bastante para confrontar.  Trad.: Michelle Rae. 2ª Edição. São Paulo. Editora Cristã Unida, 1996

HAHN, Eberhard. Cartas aos Efésios: comentário Esperança.  tradutor Werner Fuchs. Curitiba-PR, Editora Evangélica Esperança, 2006.

SANTOS, Ismael dos. Para que todos sejam um: Em busca da plena unidade do corpo de Cristo, São Paulo, Editora Vida, 1993.

SCHMITT, Carlos Afonso. Liberte-se perdoando: a terapia do perdão para cura interior. São Paulo, Edições Paulinas, 1980. 

                      

WIERSBE, Warren W. Comentário Bíblico Expositivo: Novo Testamento: volume II. traduzido por Susana E. Klassen. - Santo André, SP: Geográfica editora, 2006.

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[1] Pastor da igreja Adventista da Promessa, Teólogo pela Faculdade Teológica Batista de Brasília, professor na área teológica. casado com Gizele Ramos com quem tem uma filha chamada Sophia.

[2]Augsburger (1996, Capa)

[3] Schmitt(1980; 7)

[4] Wiersbe (2006: 52)

[5] Hahn (2006:59)

[6] Augsburger (1996:25)

[7]Schmitt(1980; 8)

[8]Ismael (1991:22)’