Estou onde Estou, Porque Alguém Valorizou a Educação
Há um dia em nosso calendário para se homenagear os professores,
pergunto, e os outros dias? Os outros dias eles são esquecidos, enforcados,
violentados, espancados, não valorizados, ameaçados o tempo todo, sejam por
pais, alunos, diretores, coordenadores, secretarias e por fim uma sociedade que
não sabe valorizar estes profissionais.
Estou onde estou, porque alguém dentro de minha casa valorizou a
educação, sabia valorizar os profissionais de uma escola, desde o porteiro ao
diretor (a) e que acompanhava mesmo quando o filho completava a maior idade,
estou falando do meu pai e da minha mãe.
Estou onde estou, porque aprendi a respeitar os meus professores, não
digo só os professores, mas todos os profissionais da educação. Você aprendeu
isso onde? Você pode me perguntar, e eu te responderei com prazer: "Em
casa" porque pai e mãe são professores de tempo integral. Professores que
permanecem mais tempo. Todos os outros passam, mas deixam marca.
Estou onde estou, porque sei reconhecer o valor das pessoas, isso também
aprendi em casa com professores integrais. A saber, pai e mãe.
Estou onde estou porque professores deixaram marcas profundas na minha
caminhada. Que marca foi essa? O conhecimento, pois só informação não basta,
pois informação segundo o filosofo e educador Mario Sergio Cortella é passageira, não permanece, mas o
conhecimento esse sim é para uma vida. Digo que o conhecimento não
caduca, ele se aprofunda.
Hoje sou teólogo formado pela Faculdade teológica Batista de Brasília,
sou professor na área teológica e pastor na igreja Adventista da Promessa. Sou
respeitado porque aprendi a respeitar. Agora entendeu o porquê da expressão
“Estou onde Estou”.
Hoje sou pai e sinto saudades dos meus professores, esses sim gostavam
de lecionar, gostavam tanto, que fazia parte da vida dos alunos, as tias da
cantina, o porteiro, os secretários, os diretores que tive o prazer de conhecer,
a tia da biblioteca, todos estes profissionais nos ensinam. E sabe porque disse
que sou pai e sinto saudades desse tempo, explico agora:
Bem, eu e minha esposa somos casados a 10 anos e temos uma filha de 8 anos de idade, sempre foi
esperta para aprender, como pais atenciosos sempre dedicamos tempo para ajudar no crescimento intelectual
de nossa filha. Hoje minha filha diz que quer ser professora, e tem aptidão para
isso, ela diz: “Pai quero fazer pedagogia”, “ou alguma matéria que eu possa ser
professora”. Minha filha pode odiar
ser professora e sonho de lecionar pode ser arrasado, pois tem alguns profissionais que não gostam do que fazem, não
tem dom para lecionar, muito desses profissionais estão fazendo pedagogia
porque é mais fácil arrumar um emprego. Não estão nem ai para os alunos. Não
passam conhecimento, mas passam informações.
E também me deparo com pais que não tem autoridade sobre os filhos,
alunos que não aceitam os ensinamentos dos pais dificilmente vão aceitar os
ensinamentos destes profissionais, pois o principio do respeito, como disse
anteriormente se aprende em casa. Vejo que o problema na educação não é só a
falta de recursos, e sim uma serie de fatores, que quanto mais o tempo passa fica difícil de resolver. A crise na educação, portanto começa em casa.
Cito aqui um pensamento que compartilhei nas redes sociais: Que tal
começarmos a valorizar os profissionais da educação. Porque se nós como pais
valorizarmos aqueles que educam os nossos filhos no saber, saberemos escolher aqueles
que podem valoriza-los. Só podemos mudar alguma coisa se
mudarmos a nossa mentalidade.
Está muito difícil, quando olhamos para o contexto das empresas, penso o seguinte: "profissionais que não são valorizados pela empresa, não trabalham com alegria, e acabam afundando a empresa. Assim também é a educação se não tiver valorização.
Termino agradecendo a Deus e o louvo pela vida dos meus professores, do fundamental ao nível superior, e oro
constantemente pela nossa educação, que os bons professores não desistam do seu
dom.
Marcos Ramos de
Souza[1]
[1] Teólogo formado
pela Faculdade teológica Batista de Brasília (FTBB), professor na área
teológica no Centro de Estudos Teológicos Adventista da Promessa (CETAP) e
pastor na igreja Adventista da Promessa. Casado a 10 anos e tem uma filha.
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